quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

"O Desembrulhar" da Indústria Musical

Se é verdade que o advento da era digital modificou os nossos hábitos de ouvir música, é ainda mais verdade que este factor é ajudado pelas novas tendências da própria industria musical na distribuição de músicas.

Segundo de Anita Elberse, uma professora de Harvard e investigadora nas indústrias do entretenimento, a compra de musica pelo meio online é simplesmente hoje em dia um processo de selecção, na nossa opinião, muito redutor. Compra-se as músicas favoritas, muitas vezes esquecendo que as músicas são partes constituintes de um todo, o álbum. Se antigamente se dava valor ao "embrulho" como um todo, as novas tendências digitais de distribuição musical (pegue-se no exemplo do iTunes), hoje em dia assiste-se a um novo processo, o "desenpacotar" da indústria musical, de acordo com os termos utilizados pela própria autora.

Porém, a autora faz notar que hoje em dia muitas bandas e empresas discográficas adoptam estratégias mixas. Menciona o caso do novo álbum dos U2, que pode ser comprado na totalidade (o "embrulho"), mas também via online, pelo iTunes.

(ver a entrevista com Anita Elberse aqui)

Apesar de reconhecermos esta nova tendência, somos da opinião de que ouvir um álbum na sua totalidade, do principio ao fim, é uma experiência de grande valor que não se deve perder, uma vez que se prova muito mais satisfatória do que apenas ouvir uma ou outra. Será que também faz sentido ler apenas dois ou três capítulos de um livro, sem o ler no seu todo?

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